Adversidades na vida cristã
- Vera Jones
- 1 de dez. de 2016
- 7 min de leitura

Na vida cristã passaremos por muitas adversidades!
Ultimamente temos falado muito em adversidade. Devido a situação nacional e mundial temos vividos tempos adversos e devido a isso temos buscado força e esperança na oração. Temos vivido momentos incríveis no culto de oração as 5 da manhã aqui na igreja e visto a fidelidade do nosso Deus. Porém, todo cristão sabe que quando começamos a caminhar com Deus, independente da situação mundial ou nacional, viveremos tempos de adversidades.
E porque isso ocorre?
Fazendo uma retrospectiva da vida de Jesus, vemos que ELE também sofreu adversidades mesmo sendo Deus. O conflito que ELE viveu foi devido a incompatibilidade da Sua natureza divina com os valores desse mundo. A Sua comunhão intensa e inteira com o Pai não permitia que ELE aceitasse e fosse conivente com as atitudes daqueles que estavam no poder, com o comportamento do homem da Sua época, com a prioridade de valores estabelecidos na sociedade que vivia.

Muitas vezes o terreno é duro, o clima é adverso, mas em Cristo conseguimos ter esperança e sobreviver.
E assim, também acontece com aqueles que tem um encontro com Deus, que são tocados por Jesus e que se determinam a segui-Lo. Começamos, também, a viver tempos de adversidades, de conflito de valores, de maneira de pensar e agir e de forma de viver. Aqueles que desejam seguir a Jesus começam a sofrer vários tipos de perseguição, não só de outros, mas da sua própria mente. Uma batalha começa a ser travada na nossa mente pois a nossa natureza humana não é compatível com a natureza divina. E, sabemos que nessa caminhada de seguir a Jesus temos como meta herdar a Sua natureza, se possível também de uma forma integral.
Então voltando ao início da mensagem concluímos que Jesus sofreu adversidades como "Filho do Homem" porque a Sua natureza divina não era compatível com a natureza desse mundo e nós cristãos sofremos adversidades porque a nossa natureza humana não é compatível com a natureza divina.
Podemos dizer até que estamos sendo perseguidos por outros porque declaramos o nosso amor a Cristo e nossa decisão de segui-Lo; porém, antes disso, a nossa natureza batalha no nosso interior contra essa decisão que queremos tomar. Essa batalha é travada no nosso interior antes mesmo de enfrentarmos as batalhas externas vindas do nosso próximo.

Quanto maior a adversidade, maior o desafio.
E a cada dia que nos aproximamos mais de Cristo, essa batalha interior é intensificada e sempre está nos desafiando para ver se estamos dispostos a prosseguir. A partir do momento que vamos vencendo esses conflitos internos, nos tornando mais preparados para enfrentar as adversidades vindas desse mundo por pensarmos diferentes, agirmos diferentes e por ter estabelecido uma prioridade de valores, podemos dizer até, inversa aos valores da sociedade que vivemos.
É importante lembrar que na busca de uma nova natureza, a natureza de Cristo, os conflitos começam dentro da nossa própria casa e com as pessoas mais próximas a nós. Até dentro da igreja que congregamos sofremos, também, conflitos pois estamos nos relacionando com pessoas que também ainda vivem com duas naturezas. Porém, nada disso nos deve abalar e tirar o nosso foco da meta que desejamos atingir. A caminhada é dura, é desafiante, nos faz perder coisas que conquistamos naturalmente, para ganharmos algo infinitamente maior - "a natureza de Cristo em nós".
Vamos refletir em uma das experiências que Paulo viveu quando decidiu mudar o rumo da sua vida. Ela precisou de muita força interior para tomar essa decisão. Essa força que recebemos em condições adversas chama-se GRAÇA. Mas só vem através de Jesus Cristo!
Nas situações adversas podemos experimentar essa graça, experimentar coisas que sabemos que pela lógica humana não aconteceria – é o que chamamos de milagre!
No Livro de Atos capítulo 27 o Espírito Santo, através do apóstolo Paulo, nos ensina a atitude correta diante de uma situação adversa. Não precisamos falar da comunhão que Paulo tinha com o Senhor nessa etapa da sua vida e foi isso que lhe deu a graça para enfrentar aquele momento de dificuldade que passou juntamente com todos que estavam naquele navio (centurião, soldados e prisioneiros).

Quantas tormentas temos enfrentado na nossa vida?
Na nossa caminhada sempre surgem ventos contrários.
Vejamos alguns trechos, porém é recomendada a leitura do capítulo 27 na íntegra.
Paulo estava preso, sendo levado para Roma para ser julgado juntamente com outros prisioneiros, sob a responsabilidade do centurião chamado Júlio. Quando chagaram a Mirra na Lícia encontraram um navio de Alexandria que estava partindo para a Itália e ali embarcaram. A partir daí navegaram com dificuldade e vagarosamente durante muitos dias devido ao vento contrário na região e conseguiram chegar a um lugar chamado “Bons Portos”. Paulo percebeu que a viagem estava muito perigosa e fez a admoestação abaixo:
At 27.10 Senhores, vejo que a viagem vai ser trabalhosa, com dano e muito prejuízo, não só da carga e do navio, mas também da nossa vida.
At 27.11 Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia.
At 27.12 Não sendo o porto próprio para invernar, a maioria deles era de opinião que partissem dali, para ver se podiam chegar a Fenice e aí passar o inverno, visto ser um porto de Creta, o qual olhava para o nordeste e para o sudeste.
At 27.13 Soprando brandamente o vento sul, e pensando eles ter alcançado o que desejavam, levantaram âncora e foram costeando mais de perto a ilha de Creta.
Tudo parecia estar dentro do controle daqueles que comandavam aquele navio, porém de repente, sem esperar, chegou a adversidade.....
E Paulo relata o ocorrido!
At 27.14 Entretanto, não muito depois, desencadeou-se, do lado da ilha, um tufão de vento, chamado Euroaquilão;
At 27.15 e, sendo o navio arrastado com violência, sem poder resistir ao vento, cessamos a manobra e nos fomos deixando levar.
At 27.16 Passando sob a proteção de uma ilhota chamada Cauda, a custo conseguimos recolher o bote;
At 27.17 e, levantando este, usaram de todos os meios para cingir o navio, e, temendo que dessem na Sirte, arriaram os aparelhos, e foram ao léu.
At 27.18 Açoitados severamente pela tormenta, no dia seguinte, já aliviavam o navio.
At 27.19 E, ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio.

Tudo parecia estar sob controle, mas de repente chegou a adversidade.
É interessante observar as atitudes tomadas.
No verso 15 é dito que eles deixaram de manobrar o navio e se deixaram levar. Depois passaram sob a proteção de uma ilhota e conseguiram recolher o bote. Em seguida começaram a descarregar o navio para que ficasse mais leve, porém a tormenta continuava severa e o navio estava se desfazendo..
É assim que deve acontecer em nossa vida. Temos que deixar de fazer nossas manobras, nos deixar levar por essa pessoa maravilhosa e perfeita que é o nosso amado Senhor Jesus Cristo, e lançar nossas cargas sobre a cruz para ficarmos mais leves.
A sorte daquela tripulação e passageiros foi a presença de Paulo no barco. Seu relacionamento com Deus permitiu a visitação de um anjo. Veja abaixo:
At 27.20 E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento.
At 27.21 Havendo todos estado muito tempo sem comer, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Senhores, na verdade, era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para evitar este dano e perda.
At 27.22 Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio.
At 27.23 Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo,
At 27.24 dizendo: Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam contigo.
At 27.25 Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito.
A confiança em Deus nesses momentos de adversidades é fundamental e vital:
At 27.33 Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que se alimentassem, dizendo: Hoje, é o décimo quarto dia em que, esperando, estais sem comer, nada tendo provado.
At 27.34 Eu vos rogo que comais alguma coisa; porque disto depende a vossa segurança; pois nenhum de vós perderá nem mesmo um fio de cabelo.
At 27.35 Tendo dito isto, tomando um pão, deu graças a Deus na presença de todos e, depois de o partir, começou a comer.
At 27.36 Todos cobraram ânimo e se puseram também a comer.
At 27.37 Estávamos no navio duzentas e setenta e seis pessoas ao todo.
At 27.38 Refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar.
At 27.39 Quando amanheceu, não reconheceram a terra, mas avistaram uma enseada, onde havia praia; então, consultaram entre si se não podiam encalhar ali o navio.
Eram duzentas e sessenta e seis pessoas a bordo, que foram salvas devido a presença de Paulo no barco – um homem que buscou uma relação íntima com o Senhor!
27.39 Quando amanheceu, não reconheceram a terra, mas avistaram uma enseada, onde havia praia; então, consultaram entre si se não podiam encalhar ali o navio.
27.40 Levantando as âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as amarras do leme; e, alçando a vela de proa ao vento, dirigiram-se para a praia.
27.41 Dando, porém, num lugar onde duas correntes se encontravam, encalharam ali o navio; a proa encravou-se e ficou imóvel, mas a popa se abria pela violência do mar.
27.42 O parecer dos soldados era que matassem os presos, para que nenhum deles, nadando, fugisse;
27.43 mas o centurião, querendo salvar a Paulo, impediu-os de o fazer; e ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra.
27.44 Quanto aos demais, que se salvassem, uns, em tábuas, e outros, em destroços do navio. E foi assim que todos se salvaram em terra.

Jesus, o único que pode acalmar a tempestade que veio sobre a sua vida.
Voce já parou para pensar que as adversidades que você está passando pode estar trazendo libertação e salvação para aqueles que voce ama? É importante observar que Paulo não estava indo para nenhum lugar prazeroso; ele estava indo para ser julgado em Roma por César e em direção a sua própria morte! Porém, podemos perceber o legado que Paulo deixou através dessa experiência pessoal. Você também pode deixar um legado através da sua caminhada com Cristo.
Prossiga com perseverança e encare as adversidades sempre como um desafio!!!
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