Batalhar pela fé - vital para a vida cristã.

Uma recomendação de Paulo para todos nós:

StartFragmentMilita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna....EndFragment

Um dos principais ingredientes para se ter uma vida cristã é a fé. A falta da fé leva ao ateísmo, que para nós representa a negação da existência e da manifestação do nosso Deus em sua forma trina - Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo.

Vamos, então, ao Livro de Judas.

Interessante é que esta Epístola precede o Livro do Apocalipse, como que alertando-nos para temas fundamentais que precisamos considerar e nos preparar para o que será chamado “O Grande Dia”.

Lemos em Jd 1 - Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo: 2 Misericórdia, e paz, e amor vos sejam multiplicados. 3 Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.

Observemos que a intenção inicial de Judas, era escrever a respeito da salvação comum, porém considerou mais importante, por ser um tema fundamental, falar sobre a luta pela fé. Lembremos que a salvação é uma consequência da nossa fé e que as Escrituras enfatizam que não seremos salvos pelas nossas obras, mas pela fé em Jesus Cristo - Filho de Deus.

Judas inicia a sua Epístola com uma demonstração primorosa da sua humildade. Ele não se apresenta como irmão de Jesus Cristo, o Deus vivo em carne, mas sim como um servo, um escravo Dele, criando uma grande identidade e autoridade para com todos a quem ele se dirige. Ao humilhar-se, ele foi exaltado!

Ele externa sua preocupação e procura exortar a todos os que foram separados, santificados para o Deus Pai através da vida de Jesus Cristo, para alcançarem a Salvação, a herança eterna, a fim de permanecerem firmes batalhando pela fé, batalhando pelos princípios, pelas leis e ordenanças ensinadas por Jesus Cristo e Seus apóstolos. Judas ressalta a importância de se manter firme na fé como condição primordial para se alcançar a salvação.

Esse é o foco desse atualíssimo Livro que prega contra a apostasia, pois naquela época da Igreja primitiva, assim como hoje, havia uma grande onda de abandono da fé a favor do materialismo, da libertinagem, do ateísmo e por que não dizer, do “achismo". Sabemos que para alcançarmos a Salvação e sermos chamados “Grande no Reino de Deus”, precisamos conhecer, praticar e pregar os mandamentos divinos, numa verdadeira e constante batalha diária. Precisamos ter essa fé, essa crença, nos esforçando e sabendo que não será em vão todo o tempo separado por nós em vida, para o cumprimento dessa missão, na esperança da promessa futura, que é "Cristo em nós, a esperança da glória".

Essa carta também nos mostra claramente, inclusive com validade para os tempos atuais, quem são essas forças do mal que tentam nos desviar do caminho do Senhor. Esta é uma carta contra a impiedade, mais precisamente, contra os ímpios. Nela se faz referência a essas pessoas chamadas por Judas de ímpias; são falsos mestres que se introduzem e ensinam contra a santificação e a divindade de Jesus, “que transformam em vulgaridade a graça de nosso Deus e negam o nosso único e Soberano Senhor, "Jesus Cristo”. O ensino deles contra a santificação e contra o reconhecimento da divindade de Jesus os converte em mensageiros de Satanás, servidores do mal e disseminadores das trevas, portanto, objeto inevitável do juízo que cabe aos blasfemadores, conforme veremos a seguir.

Lemos em 1º João 2:22 - Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho.

A vida, as vezes, nos prega várias peças:

Judas escreveu essa epístola após a morte de Jesus, mas é incrível saber que antes da morte do seu irmão, Judas foi um incrédulo do seu ministério, mesmo convivendo tão perto dele.

Lemos em João 7:2 - E estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos. 3 Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. 4 Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. 5 Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.

Voltemos ao Livro de Judas.

Jd 4 Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.

Judas a partir de determinado momento passou a reconhecer a divindade do seu irmão, sendo duro e firme contra todos aqueles que pelejam contra a dissolução da graça de Deus, não economizando palavras, chamando-os de ímpios, fornicadores, animais irracionais, árvores murchas e infrutíferas, sensuais, arrogantes, interesseiros e pecadores. Judas fala dos falsos profetas e doutores, homens ímpios, que se infiltram de forma sorrateira entre os cristãos, proclamando heresias de perdição e de negação ao Senhor. São pessoas que passaram a viver negando a soberania de Cristo em suas vidas, atribuindo e regulando o seu modo de viver à sua própria consciência e definições de condutas, numa verdadeira insubordinação – essa é outra característica deles.

São pessoas astutas que reconhecem a existência histórica de Jesus Cristo, porém dão interpretações da doutrina cristã na forma que se amoldem confortavelmente à sua vida corrupta, servindo de consolo para si tentando, também, convencer ao próximo; tomando muitas vezes como verdade algumas coisas que lhe convém e rejeitando ou modificando o entendimento de outras que, de forma consciente e radical, vão de encontro ao seu modo de viver.

Dizem por exemplo: Pequemos e continuemos a pecar porque o sangue de Cristo nos limpa do pecado...

É uma verdade, e está correto, realmente o sangue de Cristo nos limpa do pecado, só que por conta disso não devemos ter uma vida desenfreada e de forma consciente voltada para o pecado, contando com esse constante perdão, como um mata-borrão, e dessa forma cauterizando a própria consciência que fica permanentemente voltada para o mal.

Amados, tenhamos cuidado porque nosso Deus, apesar de ser longânimo e misericordioso, tem também seu ponto de tolerância máxima. Quando Ele diz basta - derrama do seu juízo.

Qual a conduta correta do cristão?

A conduta correta é fugirmos constantemente do pecado e caso falhemos, imediatamente devemos nos arrepender e pedir perdão a Deus em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo - recolocando nossas vidas no caminho da santidade e procurando nos manter firmes aí. Vimos na ministração do domingo passado como Deus se agrada do cheiro puro e suave que brota da nossa santidade, do nosso coração e não daqueles incensos naturais. Devemos estar exalando sempre esse odor agradável ao Senhor.

Veja o que diz Judas:

Jd 4 Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso - Jesus Cristo.

Quando Judas diz nesse versículo que já estava escrito deles para o juízo, não significa que Deus os predestinou para o mal e para perderem-se, pois Deus inegavelmente quer que todos os homens sejam salvos. Deus não exclui ninguém ao convite do evangelho, mas os que vivem obstinados e maldosamente é que se excluem voluntariamente desse chamado. Estamos falando aqui do livre arbítrio. Sobre os ímpios, está escrito nas profecias dos apóstolos, que igual ao diabo, se perderiam, porque rejeitariam ou abandonariam a graça divina.

Lemos em 1º Tm 4:1 - "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios".

Jd 5 - Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram;

A Bíblia King James atualizada comenta que “a espiral descendente do pecado é, basicamente, sempre a mesma: falta de fé, abandono da santidade, imoralidade e perdição.”

Ex 14:10 E aproximando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram ao Senhor. 11 E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? 12 Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto. 13 Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. 14 O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis.

Judas fala do juízo contra os anjos que não guardaram seu estado original.

Jd 6 - E aos anjos que não guardaram o seu principado (seu estado original de santidade e autoridade), mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;

O Juízo Contra Sodoma e Gomorra que tinham vícios de fornicação;

Jd 7 - Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.

O Juízo contra os impios que rejeitam a autoridade e blasfemam contra os bons anjos (potestades superiores);

Jd 8 - E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades.

O Juízo contra aqueles tidos como animais irracionais que se corrompem a si mesmos, que seguem o caminho de Caim, o lucro de Balaão, e a rebelião de Coré.

Jd 10 Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem. 11 Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré.

Essa palavra “estes” refere-se aos homens que falam mal daquilo que não conhecem e para aquilo que conhecem naturalmente, pecam através de atitudes insanas, conduzindo-se ao mesmo destino de Caim, Balaão e Coré. Caim representa pessoas que tem uma vida ímpia. Iludem-se achando que podem agradar a Deus apenas com o fruto do seu trabalho, como num ritual frio e burocrático, com o seu esforço pessoal e natural. O Senhor quer mais do que isso, quer que lhe demos o melhor, os primeiros frutos, que sejamos seu primeiro amor, sua prioridade e que reconheçamos que Ele é quem tem o senhorio sobre nossas vidas. Balaão representa uma religião perversa, cheia de cobiça e imoralidade. Coré: Representa a rebelião contra a autoridade Divina – Nm 16

Sabemos que a nossa natureza humana é inclinada para o mal, por isso não podemos deixar de manter a constante vigilância contra o pecado e, dessa forma, evitarmos que o Senhor risque o nosso nome do Livro da Vida. Estejamos preparados para quando o Senhor vier com milhares dos seus santos para executar o juízo contra todos os ímpios.

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