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A Prudência em Deus.

  • Sérgio Barreto
  • 27 de out. de 2019
  • 10 min de leitura

Quem não precisa ser prudente na caminhada por essa terra? Todos nós, não é verdade?

Então vamos refletir um pouco sobre esse tema, que poderá nos proteger ou nos expor diante de situações que vivemos a cada dia. Precisamos sempre, parar, pensar, agir.

Naturalmente falando, a prudência é a atitude adotada por uma pessoa através de ações e comportamentos, visando evitar os inconvenientes e perigos ao seu redor, protegendo-se dos erros. Quando estamos lidando com assuntos delicados, difíceis, onerosos ou perigosos, a atitude prudente tem muito haver com as posturas de ponderação, avaliação, calma, paciência, isto é, com a sensatez, e assim se diz que uma pessoa é sensata ou não no seu agir. É importante sempre avaliar as consequências dos nossos atos pois, as vezes, o tempo não nos é favorável para corrigirmos determinada situação.

Para as pessoas verdadeiramente sensatas, a prudência tem uma relação muito forte e direta com o esperar e ouvir do Senhor através do seu Espírito Santo, que é em cada situação a Sua vontade para nossas vidas. É o que chamamos de A Prudência em Deus! Por outro lado, para sermos abençoados com essa dádiva (ser dirigido pelo Espírito Santo), precisamos estar constantemente agradando ao Deus Pai, andando nos Seus santos caminhos e buscando sempre essa comunicação para dirigirmos a nossa vida.

Veremos aqui que uma pessoa pode ter um modo de agir prudente, naturalmente falando, e também um modo de agir prudente, segundo a vontade de Deus. São coisas completamente diferentes. No nosso dia-a-dia adotamos com frequência atitudes prudentes do ponto de vista natural, como no trânsito, por exemplo. Ao dirigir, e até mesmo por força da lei do trânsito e para nos proteger em caso de acidente, colocamos o cinto de segurança e verificamos as condições mecânicas do veículo. Se vamos numa área com possível engarrafamento, certificamos que o tanque esteja abastecido para não parar o veículo por falta do combustível.

Ao viajar, fazemos um check-up no veículo, calibramos os pneus e verificamos seus desgastes, inclusive o de socorro (step); verificamos os faróis, nível de óleo, água do radiador, validade da carteira de habilitação, licenciamento do veículo, bateria, correia do radiador e do alternador, pastilhas do freio, água no limpador de para-brisa, planejamos onde vamos dormir, abastecemos o carro, entre outras ações. Ufa! Ser prudente demanda muitas coisas, não é mesmo?

Veja o que Davi lucrou adotando a prudência em sua vida!

1 Sm 18:14 E Davi se conduzia com prudência em todos os seus caminhos, e o Senhor era com ele. 15 Vendo então Saul que tão prudentemente se conduzia, tinha receio dele.

Desde que Davi foi ungido como o escolhido do Senhor para ser o rei sobre Israel, o Espírito Santo era com ele passando a dirigir sua vida. Como não poderia ser prudente com as palavras e ações se Davi era a todo o momento guiado pelo Espírito Santo?

Deus, como um perfeito estrategista, criou as circunstâncias corretas para fazer com que Davi fosse levado a conviver de forma muita próxima com o rei Saul, inicialmente como arpista, aliviando-o dos maus espíritos que lhe atormentavam de tempos em tempos, também como pajem cuidando das suas armas, e depois como seu genro. Tudo isso arquitetado pelo Senhor para leva-lo a ser rei.

Golias foi prudentemente protegido, no nível natural, com lança, armadura, escudo; mas Davi foi no Nome do Deus de Israel - esse Nome tem poder!

Conhecemos bem a história da estreia de Davi como guerreiro na sua luta contra o experiente filisteu Golias, o gigante de 2,80 mts. Além desse porte físico avantajado, esse guerreiro estava muito bem protegido. Trazia na cabeça um capacete de bronze, e vestia uma couraça de escamas; e o peso da couraça era de cinco mil siclos de bronze – algo como 11,5 kg. Trazia também grevas de bronze por cima da sua perna até os seus pés, e um escudo de bronze entre os seus ombros. E a haste da sua lança era como o eixo do tecelão, e a ponta da sua lança de seiscentos siclos de ferro, e diante dele ia o escudeiro. Esse homem estava bem protegido, naturalmente falando. Ele só não tinha a proteção do Senhor!

Ele era um homem prudente, naturalmente falando, mas nem por isso deixou de ser derrotado. Porque?? Do outro lado do monte tínhamos um jovem inexperiente em guerra, que rejeitou a vestimenta do rei Saul composta do seu capacete, couraça de bronze e sua espada, porque ele não estava acostumado com aquela indumentária que só lhe atrapalhava, não conseguindo sequer andar. Analisando os exemplos que demos de prudência que adotamos no nosso dia-a-dia e comparando com essa cena de Davi frente a Golias, podemos dizer que Davi se conduzia com prudência em todos os seus caminhos conforme está dito em 1ºSm 18:4?

Naturalmente falando, e se não soubéssemos o resultado da batalha, a resposta certamente seria: Davi agiu imprudentemente, errou indo à luta daquela maneira, mas, ao lembrarmos que ele era dirigido pelo Espírito Santo, o que vale dizer que “o Senhor era com ele”, chegamos à conclusão que Davi agiu corretamente, mesmo porque os fatos comprovam isso.

1º Sm 17:45 Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado.

Davi com apenas uma funda e uma pedra de seixo feriu a Golias e em seguida o matou. É incrível como a pedra atingiu ao filisteu exatamente numa das poucas partes do seu corpo que não estava protegida – sua face próxima aos olhos, principalmente ao considerarmos a distância que havia entre os dois combatentes. (Podemos admitir que Davi cumpriu a sua parte lançando aquela pedra em direção a Golias em um ato de fé, e o Senhor cumpriu a Sua parte levando essa pedra a atingir um determinado local do seu rosto que o fez cair desmaiado e então Davi foi até ele e o matou com a sua espada). Isso é Direção Divina. Vemos, portanto, que a vitória não foi de Davi mas do Senhor e essa é a tônica para todos aqueles que buscam a direção do Espírito Santo.

Algumas vezes agimos de forma imprudente pela ótica humana, chegando até mesmo a nos arrepender e termos que pedir perdão, mas na verdade por detrás dessa ação poderá existir uma estratégia perfeita planificada e conduzida pelo Senhor, levando-nos ao acerto, ao invés do suposto erro. Para não cometermos um ato de imprudência diante do Senhor, precisamos sempre pedir a Sua direção. Já ocorreu isso com Você?

A partir desse evento, Davi ganhou notoriedade e a confiança de Saul, aceitando todas as missões que lhe eram solicitadas, e agia sabiamente (prudentemente), com êxito, em tudo quanto realizava. O sucesso nessas missões deu margem ao surgimento do ciúme de Saul para com Davi temendo que ele viesse a tomar o seu lugar no reino, e passou, então, a tentar mata-lo.

Quando estamos em uma situação de risco, prudentemente devemos clamar ao Senhor!

A luta agora deixou de ser entre o gigante e o pastor de ovelhas, passando a ser entre o rei e o seu pajem. Um com uma lança e outras artimanhas tentando mata-lo e, o outro prudentemente se desviando, sendo protegido pelo Senhor, o que a cada tentativa frustrada levantava mais receios e suspeitas no coração de Saul, provavelmente já antevendo que Davi o iria substituir no trono. O êxito e retorno de Davi nas pelejas contra os filisteus, só fez aumentar o temor e a inimizade por parte do seu falso sogro e rei.

Precisamos lembrar que Davi tinha sido chamado para ministrar a Saul. Então, esse era o seu trabalho, o seu ministério e tinha que se manter fiel a ele, até que o Senhor lhe mostrasse algo diferente. Esperou com paciência... A prudência de Davi nesse sentido foi a de manter-se fiel ao comissionamento dado pelo Senhor, relegando todos os perigos e ameaças porque passava, inclusive pelas duas tentativas de ser morto pela lança de Saul.

1º Sm 18:10 E aconteceu no outro dia, que o mau espírito da parte de Deus se apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa; e Davi tocava a harpa com a sua mão, como nos outros dias; Saul, porém, tinha na mão uma lança. 11 E Saul atirou com a lança, dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém Davi se desviou dele por duas vezes. 12 E temia Saul a Davi, porque o Senhor era com ele e se tinha retirado de Saul. 13 Por isso Saul o desviou de si, e o pôs por capitão de mil; e saía e entrava diante do povo. 14 E Davi se conduzia com prudência em todos os seus caminhos, e o Senhor era com ele.

Deus guardou a Davi de não manifestar fraqueza, medo ou infidelidade. Deus mesmo o tinha protegido da lança, e então colocou no coração de Saul enviá-lo à batalha, fazendo-o chefe de mil homens, porque, pensou Saul que melhor seria se morresse na batalha do que através das suas mãos. O paradoxo aqui é que foi Deus quem o tirou dessas atividades junto ao rei e o levou a lugares supostamente mais arriscados, mas o incrível é que ali nas batalhas ele esteve mais seguro do que com o seu próprio rei.

É imprudente andar em cima do muro. Escolha o melhor lado. Escolha ser dirigido pelo Espírito Santo de Deus!

A questão de ter-se convertido em genro do rei também não foi uma escolha dele, foi uma armadilha de Saul, pois como já vimos, foi uma possível forma imaginada de se livrar de Davi. Ao final das contas, Saul o humilhou, pois, da mesma forma como Labão enganou a Jacó, Saul não lhe entregou a filha mais velha prometida Merabe, que foi dada a outro homem meolatita chamado Adriel. Mas, quando Saul se inteirou que sua filha menor amava a Davi, lhe pareceu bom, porque continuaria com o seu plano sorrateiro de mata-lo indiretamente. Novamente o colocou em perigo para que morresse nas mãos dos filisteus, por isso até lhe mandou dizer aos seus servos que lhe dissessem que o rei o amava e o queria como genro (1Sm18:20-29).

O que Saul queria não era arrumar o casamento da sua outra filha Mical, mas ver consumado seu plano de livrar-se de Davi, não fazendo isso com suas próprias mãos, então o coloca à frente das batalhas com os filisteus na esperança que perdesse sua vida, e o desafia mais uma vez fazendo um pedido para que se torne seu genro. Davi mais uma vez retorna vitorioso trazendo ao rei o dote solicitado, após ter ferido os duzentos homens, recebendo assim Mical como sua esposa. Davi foi inocente, acreditou em suas mentiras e por isso, apesar de se sentir indigno de ser seu genro, aceitou a proposta de casamento. Davi continuou com o rei Saúl, porque nele não havia infidelidade nem hipocrisia, só respeito, já que Saúl era o rei de Israel. Só foi embora quando Deus o tirou, e não voltou porque já tinha claro que a morte lhe esperava, e tinha que ser prudente, até porque o próprio Jonatas, filho do rei, lhe deu a conhecer a ordem de Saúl de mata-lo (1Sm 19:1-2). Depois disso não voltou mais e começou a fugir.

Certamente Saul não conhecia esse Provérbio: Pr 9:10 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência. Podemos ler esse versículo da seguinte forma: O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santíssimo é a inteligência. A palavra Inteligência substitui a palavra Prudência nesse versículo porque o prudente age com inteligência, pois pensa rapidamente e com esclarecimento e não entra em problemas ou lugares que podem colocá-lo em risco físico ou moral.

O “Conhecimento do Santo” refere-se ao conhecimento dos caminhos do Senhor, não só pelo lado teórico da informação Bíblica, mas também e principalmente, com a real conduta prudente e sábia baseando-se na Palavra e afastando-se do mal, dando vida às Escrituras.

A prudência é a parte prática de ter o conhecimento do Santo (Caminhos dos Senhor). Não é só um assunto de saber ou entender (inteligência), ou ter informação mental, é saber como aplicar esse conhecimento, estando aí o verdadeiro papel da sabedoria: Aplicar de forma prática e correta o que se sabe ou se aprendeu. No hebraico, sabedoria é: חָכְמָה -chokmah e significa: habilidade, estar afiado, mordaz, e em coisas religiosas, pode ser traduzido como prudência.

A prudência se adquire pela experiência; experiência de ouvir a voz do Pai.

A prudência é a sustentabilidade da vida, porque afirma as coisas que edificamos pela sabedoria, porque o prudente, raciocina, pensa, medita e escolhe sabiamente.

Na prudência há discernimento, porque a prudência prevê e assim evita as inconveniências. Para termos a verdadeira sabedoria e agirmos com prudência, precisamos conhecer os mandamentos e caminhar com o temor do Senhor. Bom entendimento têm todos aqueles que cumprem esses mandamentos.

Agora veremos alguns ensinamentos que podemos receber da Palavra para aplicarmos na nossa vida prática:

Pr 23:9 Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.

Esse Provérbio nos ensina que devemos primeiro reconhecer quem é um tolo. O tolo é aquele indivíduo que diz ou faz tolice, ou seja, que pratica asneira, que não tem inteligência ou juízo. É aquela pessoa que despreza a instrução do seu pai e dos homens sábios e experientes. Despreza a repreensão, numa atitude de rebeldia, de falta de humildade. Ao contrário daqueles que observam e acatam a repreensão, esses agindo prudentemente, se darão bem. Em seguida esse Provérbio diz para não falarmos aos tolos das coisas santas para que não as menosprezem, pisando com os pés, e rejeitando-as, voltem-se contra nós.

Pr 24:3 Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece.

Entendamos aqui essa palavra “casa” como sendo o nosso lar, a nossa família, a nossa vida. Edificar uma família com sabedoria significa, como num processo de construção, estar ouvindo e praticando com justiça e entendimento a Palavra do Senhor, porque dessa forma, diante de um mundo tão conturbado, os seus membros não serão abalados porque estarão firmes e alicerçados na “ROCHA”.

Pr 8:12 Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos.

Esse achar significa dispor de conhecimentos e de conselhos como consequência, como fruto dessas das virtudes. A sabedoria e a prudência caminham de mãos dadas. A sabedoria é comparada ao ouro, e a prudência à prata, em certo aspecto devido à importância de cada uma. A prudência é uma consequência da sabedoria. Nos lábios do prudente, se acha sabedoria, ou seja, o sábio age de forma tão sábia que da sua boca só saem palavras prudentes e sua conduta, como consequência, é feita com base no conhecimento.

A Palavra de Deus também nos alerta para sermos comedidos com o nosso falar, dizer apenas o necessário, porque ao se falar muito ocorrem as transgressões, os erros, os pecados, as palavras que ofendem ou são desnecessárias, que diz o que não era para dizer, mas aquele que modera os lábios, é prudente, é uma pessoa equilibrada, seu tempero é na dose certa, porque no seu coração repousa a sabedoria.

Reflita nessas situações registradas nas Escrituras:

João 11 - ACF - Almeida Corrigida Fiel - Bíblia Online

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"Depois disto, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia.

8 Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá"?

Os 14:9 Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Quem é prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão. Que possamos sempre ouvir a voz de Deus para tomar decisões acertadas nessa vida!

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