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IDE E FAZEI DISCÍPULOS.

  • Vera Jones
  • 22 de fev. de 2020
  • 7 min de leitura

Duas ordens que Jesus nos deixou: "pregai o evangelho por toda a terra" e "ide e fazei discípulos".

Será que estamos cumprindo?

Essa mensagem busca meditarmos um pouco entre “o que é evangelizar e o que é discipular. Voce já parou para pensar sobre isso? Podemos dizer que evangelizar é anunciar o evangelho da salvação, é trazer as boas novas ao pecador; e discipular é acompanhar esse pecador, agora arrependido, ensinando-lhe as doutrinas básicas da fé cristã e auxiliando-os na sua caminhada.

Portanto, a princípio podemos tirar uma primeira conclusão de que “discipular”é um trabalho muito árduo, requer um tempo exclusivo nosso, pois o discípulo precisa ser acompanhado, orientado e instruído. Como pais, fazemos esse trabalho; um trabalho mais de perto, uma convivência mais próxima, um conhecer da rotina diária dos filhos, um conhecimento maior das suas debilidades, das suas virtudes, da sua vocação, das suas tendências.

Jesus não se cansava de evangelizar e ensinar. Ele tinha plena consciência da Sua missão.

A ordem de Jesus foi tanto evangelizar como discipular. Ele disse: “anunciai o evangelho até os confins da terra (em última instância); mas disse também: “ide e fazei discípulos”.

Em (Mt 28:19-20) lemos:

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. Lembrando um pouco da caminhada de Jesus aqui na terra, está registrado que as multidões O seguiam. E Ele nunca rejeitou as multidões, mas sentava-se no monte e começava a pregar, andava pela rua curando enfermos, ressuscitando mortos, libertando endemoniados; Ele sempre estava anunciando o evangelho da salvação, porém alguns que foram tocados pela sua presença e poder, Ele não permitia que O seguisse. Porque seria?

Jesus não permitia que todos O seguisse, talvez por conhecer os motivos do coração, porém Ele teve discípulos como lemos na Bíblia. Por outro lado 12 deles, da mais variada personalidade, caráter, debilidades, virtudes, Ele convidou para serem Seus apóstolos. E a Sua convivência com esses era muito estreita, muito próxima.

O discipulado está muito evidente nos Livro de Atos onde vemos uma igreja ungida, a igreja primitiva, sofrendo perseguição porque estava atraindo adeptos, discípulos, para a igreja de Cristo, dando uma continuidade ao trabalho que Jesus fez com Seus 12 apóstolos.

A igreja primitiva aprendeu com Jesus a derramar o seu sangue sobre os necessitados e oprimidos.

Podemos, de uma forma grosseira, dividir as igrejas em duas categorias: igreja grande e uma grande igreja. A igreja grande, geralmente, não forma muitos discípulos devido ao grande número de membros e ao tempo disponível dos pastores em desenvolver uma relação mais íntima com eles. Por outro lado o recolhimento de dízimos e ofertas tende a ser maior devido ao número maior de membros, apesar de que nem todos conseguem ser fiéis.

Podemos dizer, dentro desse raciocínio, que a grande igreja é aquela que manifesta maior poder, maior unção, manifesta mais a presença de Cristo, há um comprometimento e fidelidade maior dos seus membros; se conhecem mais uns aos outros, convivem mais, as vezes recolhem menos em dízimos e ofertas devido ao número de membros mas está mais próxima da “igreja primitiva de Atos.

Jesus quando esteve na terra pregando e fazendo discípulos, não contou com uma estrutura física de templo, assim como os primeiros apóstolos. Eles experimentaram uma convivência mais próxima com aqueles que os estavam seguindo, pregavam de casa em casa, e se deslocavam para encontrar aqueles que poderiam se tornar discípulos de Jesus.

Podemos dizer que discipulado é aquilo que os discípulos aprenderam com Jesus e implementaram na igreja primitiva. Não só ensinar mas ajuda-los a guardar e cumprir aquilo que aprenderam, naturalmente aguardando que eles recebessem a graça para andar nesse novo caminho.

Muitas vezes queremos que o discípulo, após ouvir um ensinamento, já comece a cumprir na sua vida, mas isso não acontece com nenhum de nós; e só na intimidade do discipulado é que podemos ter esse filme revelado. Na formalidade da igreja todos nós tendemos a representar em alguns momentos. Não sei se vocês concordam.

Só fazemos discípulos se o óleo de Cristo estiver transbordando em nossa vida. A Sua unção.

Lembrando mais uma vez que a ordem de Jesus foi: “Fazei discípulos” e não “Fazei membros de igreja”.

Vejam o que lemos em (At 6:7).

Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.

Em (2Tm 3:10) vemos o que Paulo fez com Timóteo – seu discípulo.

"Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança".

Podemos dizer que discipulado envolve relacionamento, ou seja, não somente ensinar mas jantar juntos, jogar juntos, estudar juntos, conviver e aprender a amar os discípulos mesmo com suas debilidades.

Quando nos reportamos à família natural, vemos que essa convivência íntima é mais real; vemos também que devido a essa convivência maior há mais atritos, há mais franqueza....

Em (At 20: 1-4) vemos que Paulo quando foi chamado a ir para a Macedônia, não foi sozinho, mas convidou outros.

"Cessado o tumulto, Paulo mandou chamar os discípulos, e, tendo-os confortado, despediu-se, e partiu para a Macedônia. Havendo atravessado aquelas terras, fortalecendo os discípulos com muitas exortações, dirigiu-se para a Grécia, onde se demorou três meses. Tendo havido uma conspiração por parte dos judeus contra ele quando estava para embarcar rumo à Síria, determinou voltar pela Macedônia. Acompanharam-no [até à Ásia] Sópatro, de Bereia, filho de Pirro, Aristarco e Secundo, de Tessalônica, Gaio, de Derbe, e Timóteo, bem como Tíquico e Trófimo, da Ásia".

O discipulado deve começar em nossa própria casa, através de uma vida piedosa e temente a Deus.

Sabemos que hoje todos nós temos uma vida mais comprometida com trabalho e família mas estamos vendo aqui um fato ocorrido naquela época na história de vida de Paulo. Mas podemos chamar essa forma que Jesus usou com os Seus discípulos e depois os Seus apóstolos usaram como “O princípio da associação”. Envolvermos outros para caminhar mais perto de nós e aproveitamos essas oportunidades para fazer discípulos para Cristo.

Quando trazemos para perto de nós um crente novo que ainda é imaturo estamos investindo naquela vida. Quando passamos tempo com outros, temos a oportunidade de passar as riquezas de Cristo para aquele outro sem precisar necessariamente pregar de uma maneira formal. Podemos até perguntar ao Senhor como devemos escolher os nossos discípulos e Ele vai lhe responder dessa forma.

Em (Lc 6:12-13)lemos:

Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos:

Jesus não queria estar pregando sozinho todo o tempo, apesar de haver um tempo necessário para isso. Mas Ele queria preparar pessoas para enviar a pregar e fazer com que Sua igreja crescesse. Discipular é investir em pessoas que podem dar certo ou não, por isso devemos sempre buscar a direção do Espírito Santo e sentir para onde Ele está sinalizando; para qual direção Ele está apontando.

Podemos lembrar do investimento que Elias fez na vida de Eliseu, no investimento que Paulo fez na vida de Timóteo, e de muitos outros. Deram certo? Podemos dizer que sim.

Mas se eu lhe perguntar sobre o investimento que Jesus fez na vida de Judas? Voce pode até me dizer que Jesus acertou nos 11, mas com Judas não.

Jesus escolheu os doze apóstolos passando uma noite inteira em oração e comunhão com o Pai.

Será que foi assim? Com certeza que não, pois Jesus nunca se equivocou devido a Sua unidade com o Pai. Ele sabia que a escolha de Judas foi uma escolha divina e aquela escolha fazia parte do plano do Pai. Pode ser que nos equivoquemos algumas vezes, mas todo investimento que fizermos na vida de outros, mesmo que depois eles não queiram seguir a Cristo, terá o reconhecimento e a recompensa divina. Em algumas vidas poderemos ter um êxito maior, em outras um êxito menor; porém o importante é que estamos levando Cristo a essas vidas.

E aquela vida que teve a oportunidade de ouvir de Cristo pela sua boca, estava dentro do plano do Pai, pois Deus irá se revelar a todos, mas sempre dará o livre arbítrio a cada um. Alguns se converterão em seus discípulos, crescerão e levarão essa mensagem a outros; poderão estar evangelizando, lançando essa semente santa por onde passarem; cada um operando segundo o dom que receberam.

Vemos também que Jesus na Sua escolha, depois de uma noite inteira de oração, escolheu pessoas comuns e diferentes como: Mateus que servia aos romanos, Pedro que era impulsivo e temperamental, Tomé que não desenvolveu uma fé cega

a ponto de não crer na Sua ressurreição; cada um tinha uma particularidade.

Uma outra reflexão que podemos fazer é: Para que Jesus escolheu os doze discípulos?

Marcos 3:14, 15 nos responde:

Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e a exercer a autoridade de expelir demônios. Eis os doze que designou: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer: filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.

Jesus semeou a semente do reino nos Seus apóstolos, discípulos e multidão que O seguia.

Jesus designou os 12 para estarem com Ele; para dar-lhes autoridade; para os enviar a pregar; e se estudarmos cada um deles veremos que são pessoas com personalidades diferentes, exerciam funções diferentes, vinham de famílias com valores diferenciados..... Não estavam dentro de um modelo rígido, mas ao caminhar ao lado de Jesus com intimidade, foram absorvendo o Seu jeito de ser, de pensar, e de amar.

E assim são os membros da igreja. Quando chegam trazem uma carga hereditária, valores familiar, um doutrina com pontos a corrigir e só com a convivência com Cristo é que eles poderão ser transformados. Podemos dizer que “discipulado” significa “estar com”. Minha mãe foi professora de português e exerceu sua profissão por 40 anos aproximadamente. Pelo fato de nós, os filhos, estarmos com ela em um grau de intimidade maior, aprendemos mais o português com ela do que com qualquer outro professor que tivemos. Na hora da dúvida ela estava sempre ali, próxima de nós, para esclarecer.

Em Marcos 1:17 disse Jesus; “Sigam-me e Eu os farei pescadores de homens”.

Quanto mais formos iguais a Jesus e quanto mais pessoas nos seguirem, teremos a chance de formar discípulos.

Para concluir podemos dizer que:

  1. Discipular é ensinar.

  2. Discipular é conviver.

  3. Discipular é não colocar a nossa forma no outro, mas enxergar o dom de Deus que há nele e ajuda-lo a desenvolver.

  4. Discipular é preparar pessoas para pregar, evangelizar e espalhar a Palavra de Deus através da sua boca e principalmente da sua vida.

  5. Discipular é adotar o princípio da associação convidando outros a levar a Palavra de Deus como fez Paulo quando voltou a Macedônia.

  6. Discipular é amar o outro como Cristo amou aos Seus discípulos, sem valorizar a suas fraquezas mas aguardando, pacientemente o tempo de Deus como Ele fez com cada um de nós.

 
 
 
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